segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Transportes Públicos - Lutemos contra a degradação dos serviços



O alerta da Plataforma das Comissões de Utentes da Carris, segundo o qual a pretexto dos cortes de Agosto, algumas das carreiras de autocarros e eléctricos da Carris não retomariam a periodicidade anterior, confirmou-se plenamente.
Esta situação, considerando os aumentos dos preços dos transportes, torna-se ainda mais grave e injusta, pois representa a perda acentuada de qualidade e a diminuição das frequências, sendo que em alguns casos se consubstancia mesmo na eliminação de carreiras.
A drástica diminuição das frequências e suspensão de inúmeras carreiras durante o mês de Agosto, que já antes haviam estado na mira da Administração da Carris para possível encurtamento ou encerramento, tais como: 21, 79, 713, serviu apenas como pretexto para criar um facto consumado, numa política de degradação do serviço público de transportes, que vem sendo levada a cabo pela Administração da Carris com a plena cobertura das políticas dos Governos PS ou PSD-CDS para o sector. (ler comunicado na integra)

sábado, 17 de setembro de 2011

Nota do PCP sobre os transportes



Na sequência da supressão e encurtamento de mais carreiras na senda do que já em Agosto se adivinhava, o PCP lançou a nota que se transcreve e colocou através dos Deputados Miguel Tiago e Bruno Dias nova questão ao Governo.





Empresas Metro Lisboa e Carris degradam o serviço
público
Aumento dos preços nos transportes, degradação dos acessos ao Metro
de Lisboa e extinção de carreiras da Carris





As administrações destas duas empresas com o apoio implícito ou expresso quer do Governo quer da Câmara Municipal de Lisboa, têm ao longo do tempo estado de costas viradas para a sua função de serviço público, prestando um mau serviço aos utentes dos transportes na cidade de Lisboa e prejudicando a mobilidade.



No Metro continuam em mau estado de funcionamento e nalguns casos em degradação os elevadores e escadas rolantes de diversas estações, dificultando a utilização por parte dos utentes em especial as pessoas de mobilidade reduzida, de idosos, deficientes, bem como para carrinhos de bebé ou mesmo quem transporta malas de mão.



Por outro lado são degradantes as condições em que funciona a estação da Avenida onde os estudantes tiram o seu passe sem um mínimo de condições, havendo no início do mês dezenas de utentes sentados no chão



O PCP por várias vezes levantou esta questão na Assembleia da República, na Câmara Municipal e na Assembleia Municipal de Lisboa, apesar das respostas do Governo e das promessas da Administração que afirmou ao PCP que tudo estaria a funcionar até final de Maio, mas tudo se mantém na mesma.



A Administração do Metro parece estar mais interessada em entregar as estações aos interesses do grande capital como acontece na Baixa-Chiado e vai acontecer no Campo Grande, do que resolver os pontos negros que derivam da sua gestão incompetente.



Na Carris, o PCP tem vindo igualmente a contestar sistematicamente as alterações de horários, os cortes nos percursos e a supressão de muitas carreiras com prejuízos para os utentes, em especial para as freguesias mais periféricas. Cada alteração traz maiores prejuízos para os utentes na utilização dos transportes. Nos últimos dias a Carris acabou com as Carreiras 740; cortou ao fim-de-semana e feriados a 18, 79, 723, 21, 713, 716 e 777.



Como se não bastasse o roubo que os brutais aumentos dos transportes representam para os utentes, e dados os preços actuais, que são umincentivo à utilização do transporte particular com o agravamento da mobilidade na cidade de Lisboa.



Tudo isto representa uma falta de respeito deste Governo pelos utentes, que é preciso contestar e lutar para que seja alterada a presente situação.



Só lutando pelo direito a um transporte público de qualidade é possível fazer recuar este governo
A Luta é o caminho!




16 Setembro 2011
Executivo do PCP na Cidade de
Lisboa

quinta-feira, 1 de setembro de 2011



Do economista Dr. Eugénio Rosa chegou-nos um estudo sobre o Passe Social + de muito interesse para os utentes:






O “PASSE SOCIAL +”: incompetência ou intenção de agravar a injustiça social e enganar a opinião pública para aumentar ainda mais os preços dos transportes?
No dia 1 de Setembro devia começar a ser vendido o “Passe social +”. O governo tem procurado apresentar na sua propaganda este “Passe social +” como uma medida que, diferentemente do governo anterior, revela sensibilidade social. No entanto, uma análise objectiva desta medida, abordando aspectos que têm sido esquecidos quer pelos media quer em declarações politicas, revela o alcance limitado e mesmo perverso desta medida.
De acordo com a informação divulgada pelo Metro-Porto, que está disponível no seu “site”, o “Passe social +” tem, em relação ao actual passe, um desconto de 25%. Para o poder adquirir, segundo também o Metro-Porto, “os clientes devem ter rendimentos
anuais inferiores a 7629,86€, o que dá 544,99€/mês (um sujeito passivo) ou a 15.259,72€ anuais (dois sujeitos passivos), o que dá o mesmo valor médio mensal por cada um. Para o poder adquirir são obrigados a apresentar, para além do Bilhete de identidade e Cartão de contribuinte, a declaração anual de IRS de 2010 (modelo 3) autenticada pela Repartição das Finanças, que centenas de milhares de portugueses estão dispensados por lei, por isso não possuem e não podem apresentar. E nas bilheteiras certamente dirão para ir à Repartição das Finanças pedir uma declaração que estão dispensados, e esta terá dificuldades em fazer ou levará muito tempo para o fazer por falta de dados.




O CARACTER LIMITADO DA MEDIDA
O “passe social +” só vigora no Porto e em Lisboa, portanto os portugueses vivendo em outras regiões do país, cujos preços de transportes também tiveram aumentos significativos, mesmo com rendimentos baixos não terão aquele desconto, portanto um tratamento desigual. Depois, não se esclarece se o rendimento a considerar é o ilíquido ou o liquido. Parece que é o rendimentoilíquido, portanto os encargos familiares com filhos ou com pessoas doentes ou deficientes, por ex., não são considerados. Depois a nível de casal, mesmo que um dos membros tenha um rendimento ilíquido mensal inferior a 544,99€/mês, se o outro tiver um salário ou pensão superior à anterior, por ex., em 200€/mês, ficam os dois sem direito ao “passe social +”.