sábado, 29 de outubro de 2011

Mais uma machadada na mobilidade em Lisboa

Segundo notícias veiculadas nos meios de comunicação social a Carris prepara-se para pôr termo à conhecida Rede da Madrugada, que se limitando a 9 carreiras, garantia de algum modo as deslocações a todos os que se tivessem de deslocar na cidade de Lisboa durante a noite.
Estas carreiras, que têm, quase todas, início ou termino em Estações de Caminhos de Ferro, Hospitais ou Estabelecimentos de Ensino, permitem o acesso a estudantes, profissionais dos serviços de saúde, e até aos trabalhadores dos grandes centros comerciais, que não possuem viatura própria, até casa e vice-versa.
Muito recentemente a própria Carris havia anunciado em Conjunto com a Câmara Municipal de Lisboa o programa "Lisboa à Noite", que iria aumentar a oferta de transporte público e aumentar a segurança na Cidade.
O programa "Lisboa à Noite" previa que na rede da madrugada da Carris haveria o reforço de carreiras, que passaram a circular de meia em meia hora - em vez do anterior intervalo de uma hora, além de se ter criado de uma nova carreira entre Belém e a Estação do Oriente, e que o ascensor da Glória, que faz o percurso entre os Restauradores e a zona de São Pedro de Alcântara, junto ao Bairro Alto, passasse a funcionar até às 4h30.
A verificar-se o corte destas carreiras, os utentes e a cidade serão gravemente prejudicados deixando de haver qualquer possibilidade de realizar deslocações durante o período nocturno para quem não possui viatura própria ou não auferir de rendimentos que lhe permitam utilizar o serviço de táxis.
Pergunta-se onde ficaram os objectivos anteriormente propalados pela Carris? Onde está a segurança na Cidade? O controlo do trânsito nocturno? O aumento da oferta de transporte público?
O fim das carreiras da Rede da Madrugada outro fim não visam que a eliminação dos circuitos mais onerosos para a empresa, despedindo mais trabalhadores, com o fim de tornar a empresa interessante para a sua privatização. Seguramente com esta não só não serão retomados estes serviços de carácter eminentemente público, como os custos dos títulos de transporte se agravarão de forma dramática.
A Plataforma das Comissões de Utentes da Carris deplora profundamente o facto de estarem em avaliação estudos neste sentido. Denuncia a Carris pelo incumprimento dos compromissos e objectivos que havia anunciado publicamente; E insta todos os utentes à luta com a solidarização com os trabalhadores na defesa das carreiras e por um transporte público de qualidade.

Lisboa, 29 de Outubro de 2011