sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A Ofensiva continua nos transportes - três ataques aos utentes -


As medidas de degradação do transporte publico continuam visando criar as condições para a privatização do Metro e da Carris.

1.    A pretexto das greves que vêm sendo realizadas no Metropolitano a Carris vem retirando autocarros dos vários percursos com o fim de reforçar as linhas que suprem a necessidade do metro. Em lugar de colocar mais unidades em circulação, a Carris procura minorar os efeitos da greve com o prejuízo de grande parte dos utentes, chegando em certas carreiras a provocar tempos de espera de mais de uma hora.
2.    Ao mesmo tempo o Metropolitano não só mantém as medidas de circulação de composições com três carruagens na linha verde durante toda a semana, e nas restantes durante feriados e fins de semana, medidas que causam enorme transtorno aos utentes com composições superlotadas e que já foram sobejamente repudiadas pelos utentes. Além disso existem orientações de manter fora de funcionamento equipamentos como elevadores e escadas rolantes nas horas de menor movimento, impossibilitando assim o acesso aos utentes de mobilidade condicionada fora de funcionamento.
3.    Ao mesmo tempo as operadoras Vimeca e Scotturb denunciaram a adesão ao sistema  do passe social, a partir de Abril. Desta maneira a utilização dos passes intermodais em todos os seus tipos e modalidades, torna-se impossível, deixando de ser aceites o L1, L12, L123, L123SX, L123MA, L123FS, 012, 023 e 123. A concretizar-se este golpe significaria o fim do Passe Social tal como o conhecemos desde que foi criado ao tempo dos Governos Provisórios em 1975, e representaria um revés de consequências desastrosas para o direito à mobilidade dos cidadãos.

Estas três ofensivas - que aparentemente nada teriam em comum - concorrem para os objectivos de minar e desprestigiar os transportes públicos e os sistemas de acesso que garantem à mobilidade o caracter de direito das populações, transformando-o num negócio rendoso e assim preparar o caminho da privatização das empresas que ainda se mantêm no sector público, com os subsequentes prejuízos para os utentes, a nível de cobertura, de qualidade e de preço dos transporte.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Metro de Lisboa - Utentes com os Trabalhadores por um transporte público de qualidade



No mesmo dia, enquanto os trabalhadores lutam contra a tremenda injustiça que lhes querem impor, quase os pondo a trabalhar de graça, vem um soit disent movimento de utentes do Metro de Lisboa, tentar ameaçar com acções contra os trabalhadores.
A Plataforma dos Utentes desconhece em nome de que utentes falam. Mas enquanto utentes e membros de várias Comissões de Utentes dos Transportes Públicos, lamentamos apenas que mais utentes não estejam ao lado dos trabalhadores para defender o transporte público.
Esta "movimento" que não se movimenta ao ponto de notar a supressão de inúmeras composições em todas as linhas e a redução do tamanho das mesmas na Linha Verde, que não se movimenta, ou movimentou, aquando do "brutal" aumento do preços dos transportes soube muito bem "movimentar-se" para afirmar enormidades em relação a pretensos danos das greves aos utentes.
As greves, como legítimo direito constitucionalmente reconhecido, são formas de luta utilizadas para reivindicar e protestar contra situações que os trabalhadores sentem como atentatorias dos seus direitos ou condições laborais. As presentes greves têm sido convocadas para garantir que de futuro todos tenhamos  transporte público com a qualidade e segurança a que temos direito.
As mesquinharias propaladas de incómodos aos passageiros jamais se deveriam ou poderiam sobrepor à defesa do interesse futuro comum, e nenhum incómodo poderá eclipsar as enormes vantagens que advirão aos utentes do facto de graças a estas greves podermos almejar no futuro a redes públicas modernas, eficientes e com preçários justos.
Este pretenso "Movimento" procura jogar com os sentimentos mais primários e imediatos da população para, voltando-os contra os trabalhadores, inviabilizar a defesa dos interesses comuns de trabalhadores e utentes num serviço de Metro que seja uma oferta pública de mobilidade, com segurança, rapidez e a preços compatíveis com o pagamento que como povo fazemos já através dos impostos.
Os utentes, que o são de facto, só podem lamentar e deplorar esta manipulação e mistificação feita em seu nome e combater estas posturas que só contribuem para o acelerar da degradação do sistema de transportes públicos e, por fim à criação das condições para a privatização do mesmo.

Lisboa, 23 de Janeiro de 2013

A Plataforma das Comissões de Transportes Públicos