As
medidas de degradação do transporte publico
continuam visando criar as condições para a privatização do Metro e da Carris.
1. A pretexto das greves que vêm sendo realizadas no Metropolitano a Carris vem retirando
autocarros dos vários percursos com o fim de
reforçar as linhas que suprem a
necessidade do metro. Em lugar de colocar mais unidades em circulação, a Carris procura minorar os efeitos da greve com o prejuízo de grande parte dos utentes, chegando em certas
carreiras a provocar tempos de espera de mais de uma hora.
2. Ao mesmo tempo o Metropolitano
não só mantém as medidas de circulação de composições com três carruagens na linha verde durante toda a semana, e nas
restantes durante feriados e fins de semana, medidas que causam enorme
transtorno aos utentes com composições superlotadas e que já foram sobejamente repudiadas pelos utentes. Além disso existem orientações
de manter fora de funcionamento equipamentos como elevadores e escadas rolantes
nas horas de menor movimento, impossibilitando assim o acesso aos utentes de
mobilidade condicionada fora de funcionamento.
3. Ao mesmo tempo as operadoras
Vimeca e Scotturb denunciaram a adesão ao sistema do passe social, a partir de Abril. Desta maneira
a utilização dos passes intermodais em
todos os seus tipos e modalidades, torna-se impossível, deixando de ser aceites o L1, L12, L123, L123SX,
L123MA, L123FS, 012, 023 e 123. A concretizar-se este golpe significaria o fim
do Passe Social tal como o conhecemos desde que foi criado ao tempo dos
Governos Provisórios em 1975, e representaria
um revés de consequências desastrosas para o direito à mobilidade dos cidadãos.
Estas três ofensivas - que aparentemente nada teriam em comum -
concorrem para os objectivos de minar e desprestigiar os transportes públicos e os sistemas de acesso que garantem à mobilidade o caracter de direito das populações, transformando-o num negócio
rendoso e assim preparar o caminho da privatização
das empresas que ainda se mantêm no sector público, com os subsequentes prejuízos para os utentes, a nível
de cobertura, de qualidade e de preço dos transporte.