quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A luta prosseguiu


Os termos da carta enviada pela Carris à Plataforma das Comissões de Utentes foi, como seria óbvio, muito mal recebida por estas que consideraram que esta empresa se comportava como uma autoridade autocrática em relação aos seus utentes, tendo esquecido não só o seu objecto como os próprios propósitos da sua existência, ou seja o transporte dos cidadãos. A designação de clientes, indicador claro do propósito de deixar de se comportar como serviço público, não poderia deixar de ser observado e merecedor da devida resposta.





Ao
Conselho de Administração da Cª. Carris de Ferro de Lisboa, SA.
Exma. Sra. Administradora Maria Adelina Rocha
Alameda António Sérgio, 62
Complexo de Miraflores
2795-221 Linda-a-Velha
V/Refª. 3222730 de 25/01/2008 Lisboa, 6 de Fevereiro 2008
Assunto: Abaixo Assinados – Rede 7
Exma. Sr.ª
Reportando-se esta à V. carta de 25 de Janeiro, é imperativo tecer as seguintes considerações:
O Movimento de Utentes da Carris, como é publicamente conhecido, existe de uma forma informal, conglomerando vários utentes da Carris que, ao contrário do que se insinua, apresentam preocupações legítimas em relação ao serviço prestado por esta empresa. Assistindo-lhes todo o direito de se associarem espontaneamente do sentido de apresentarem e defenderem a resolução das situações que directa ou indirectamente os atingem.
As comissões assim formadas tem a representatividade dos milhares de assinaturas que foram recolhidas, mas ainda que assim não fosse, não desmereceriam as suas preocupações pela maior ou menor capacidade de movimentação e contactos nas zonas onde vivem e trabalham. Desprezar, menorizar, ou ignorar as situações levantadas não só demonstra uma atitude arrogante como se mostrará contraproducente na relação da Carris, com os seus utentes.
O facto da resposta de V. Exas. referirem a palavra cliente em detrimento da palavra utente por nós utilizada demonstra, de forma cabal, que a actual administração esqueceu, ou porventura nunca destrinçou, a diferença entre um qualquer serviço comercial oferecido por uma qualquer empresa privada e a função social que uma empresa pública de transportes colectivos deve ter como principio orientador da sua actuação.
Apraz-nos esclarecer a V. administração sobre qual a diferença entre Utente e cliente. Nós, enquanto conjunto significativo de utentes, não gostaríamos de deixar passar em claro o facto que a administração da Carris prefere chamar clientes, em lugar de Utentes. Então para que fique registado: Cliente – Pessoa pobre que está sob protecção de outra mais poderosa e rica, chamada patrono; Pessoa que recorre aos serviços de outra ou de uma entidade, ex. Cliente de um médico, de um cabeleireiro, de uma modista; Utente – Pessoa que usa ou tem o direito de usar um bem ou serviço público ou privado = UTILIZADOR; ex. Os utentes dos transportes públicos. Ver Dicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa, Edições Verbo, ano de 2001. Portanto, esperamos que a administração da Carris leve em conta que, de facto, nós somos Utentes dos transportes públicos, com deveres mas com direitos. Os deveres nós cumprimos mediante o pagamento dos bilhetes, agora esperamos que o fornecedor do serviço público de transportes à superfície na cidade de Lisboa, cumpra com o seu e permita que nós, UTENTES, desfrutemos dos nossos direitos! Qualquer articulação com outros operadores da Cidade de Lisboa, públicos ou privados, teria forçosamente de ter início por uma bilhética única, horários combinados e nós intermodais, o que não se verifica em nenhuma das fases da vossa reestruturação. É portanto uma falácia vir utilizar esse argumento como forma de justificar uma rede de transportes rodoviários urbanos na prática, mais demorados, menos cómodos, e no conjunto com os outros operadores mais onerosos para o público.
As ferramentas informáticas, de que V. Exas. tanto dependem não valerão de absolutamente nada, se não forem aferidas no terreno em condições reais, tendo em conta factores como a idade e as condições económicas das populações que servem bem como os inúmeros cidadãos portadores de deficiência,
cuja mobilidade se encontra fortemente condicionada, e que se vêm forçados aos incómodos transbordos. A condição financeira da empresa sendo um factor importante, não pode ser factor determinante para uma gestão com objectivos de servir o público. A menos que, exista por parte desta Administração e da sua tutela outro interesse inconfessável, para além do serviço público, que nos absteremos de comentar.
No respeitante à satisfação dos utentes bem fará a administração dessa empresa pública em aferir as estatísticas com o número de assinantes do abaixo-assinado. Mais de oito mil assinaturas devem, seguramente, significar uma amostragem significativa.
Passando aos esclarecimentos propriamente ditos.
A Carris comprometeu-se a receber em audiência as comissões de utentes, pela boca do seu Secretário Geral. Com efeito foi incapaz de estar à altura do compromisso assumido, remetendo qualquer diálogo para a missiva supracitada em que, numa linguagem a lembrar tempos ainda não longínquos da nossa história, procura não um “encontro de verdades” (como nas palavras do seu secretário geral) mas impor de forma prepotente a sua visão, fazendo a defesa de situações socialmente indefensáveis como a da suficiência da oferta de transporte nocturno, ou a da existência de transbordos. Com efeito, em seu lugar, V. Exas. optaram por enviar esta carta aos Grupos Parlamentares da Assembleia da República, tentando, por uma medida de antecipação enfraquecer a luta deste movimento. Estamos crentes que a opção de divulgação de uma missiva dirigida a um destinatário lhe deveria caber a ele, da mesma forma como não divulgámos as cartas onde pedíamos audiências a mais ninguém do que às entidades destinatárias. Não obstante, apesar do comportamento torpe da V. parte, temos no entanto que agradecer-lhes pois pouparam-nos alguns euros em fotocópias que teríamos de tirar. Pena é que não nos tivessem avisado mais cedo, isso impediria que houvesse Grupos Parlamentares com duas cópias do mesmo documento.
Na realidade, ainda que com algumas imperfeições, próprias de pessoas que não fazem nem têm de fazer da situação objecto da sua vida profissional, as matérias expostas quer nas Cartas que acompanham os abaixo-assinados, quer no teor da nossa tomada de posição pública, estão todas alicerçadas na experiência de quem utiliza diariamente os transportes públicos e não em modulações de computadores e estatísticas. Melhor justificariam os seus salários se os administradores da Carris experimentassem na prática os frutos das suas actuações, o que sinceramente duvidamos.
Pouquíssimas áreas da cidade beneficiaram com as alterações introduzidas, e seguramente nunca com as reduções efectuadas, transbordos, rebatimentos ao Metropolitano, e continuação de situações de horários nocturnos e fim-de-semana, que seriam risíveis não fora o incomodo causado às populações. Toda a literatura da especialidade tem por certo, apenas não a consultada pela administração da Carris, que o aumento de procura e a captação de passageiros do automóvel privado, resulta (excepto em caso de grave crise económica – o que curiosamente se verifica no nosso país) de um aumento da oferta de transporte público. Tem por certo também que esse aumento só se verifica com um investimento em mais linhas, serviços mais cómodos para os passageiros, e por níveis de confiança e rapidez capazes de dar resposta às necessidades das populações. Nada disto se verifica com a Rede Sete, bem pelo contrário, pois temos menos carreiras de serviço, mais incómodo de transbordos, menos rapidez com as esperas entre as várias carreiras de percurso até ao destino, e finalmente com um serviço “complementar” com o Metro mais oneroso para o cidadão. Assim as únicas “inverdades” que detectamos neste processo são as avançadas por V. Exas. quando procuram distorcer os factos.
De v. Exas. cordialmente
P’la Plataforma de Comissões de Utentes da Carris
Carlos Moura
Paulo Amaral
Ramiro Nelson
Cecília Sales
Ana Gonçalves
Manuela Gonçalves
Joaquim Medeiros
Paulo Ferreira
contacto
utentescarris@gmail.com
Em anexo seguem Comissão a Comissão a súmula dos problemas que sentimos e que agradecemos que, como empresa publica que são, se aprestem a resolver.

GRUPO DE UTENTES EM DEFESA DOS TRANSPORTES EM ALFAMA
Assunto: Assunto: Abaixo Assinados – Rede 7
Exma. Senhora Maria Adelina Rocha,
O Grupo de Utentes em Defesa dos Transportes em Alfama acusa a recepção do V/ofício datado de 25 de Janeiro de 2008. Cumpre-nos, como representantes da população do Bairro de Alfama tecer algumas considerações sobre o que pensamos serem mistificações da administração da Carris, pois apresentam a Rede 7 como a panaceia para os habitantes do Bairro de Alfama. Motivo pelo qual as anexamos ao ofício, ora remetido, em nome do Movimento de Utentes.
Queremos ressalvar, que no documento entregue à administração da Carris por quatro Comissões de Utentes, não constam nem inverdades nem falsas conclusões. A empresa Carris, que tem como função principal fornecer o serviço público de transportes terrestres na cidade de Lisboa, não pode, repetimos, não pode abster-se de comentar o que quer que seja relacionado com o serviço que presta aos seus utentes, pois estes merecem ver respondidas as suas dúvidas e reclamações. Mais, a empresa Carris não pode olvidar o facto de terem sido entregues mais de oito mil assinaturas às diversas entidades, que foram o Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações, Carris, Câmara Municipal de Lisboa e a Assembleia Municipal de Lisboa, das quais mais de duas mil são da população do Bairro de Alfama. Este número não pode ser omitido, nem escamoteado. Também, e por nossa solicitação, iremos ser recebidos por todos os grupos parlamentares com assento na Assembleia da Republica, a quem iremos dar conta das nossas preocupações.
Em relação ao ofício, propriamente dito, enviado por essa empresa, A signatária do ofício em questão, de forma apodíctica, esqueceu-se de dizer que entre a 1ª e 2ª fase da Rede 7, a população do bairro de Alfama viu-se privada de cinco carreiras, três das quais, faziam a ligação Santa Apolónia – Baixa – Av. da Liberdade – Marquês de Pombal. Para as substituir foi alterado o percurso da carreira 745 que passou a ter início em Santa Apolónia, mas que devido ao seu longo trajecto dificilmente cumprirá os horários e intervalos de 10,5 minutos entre autocarros, assim só a carreira 759 continua a fazer a ligação Santa Apolónia – Baixa – Restauradores, no entanto também esta em matéria de horários deixa muito a desejar.
Outro caso que merece da nossa parte total repúdio é o facto de a administração da Carris, deixar passar em claro a dificuldade de locomoção das pessoas idosas. Estas são a maioria das que habitam o nosso Bairro, logo é por elas, também, que nos move esta luta. Os transbordos, de que a administração da Carris obriga com estas alterações, a população a fazer, penalizam sobremaneira os nossos idosos pela sua dificuldade de locomoção e penaliza os mais novos pelo desconforto, pelo prejuízo de tempo em cada viagem, em detrimento da qualidade do serviço prestado.
O paradigma que a administração da Carris quer colocar em funcionamento na cidade de Lisboa, é o de o metropolitano substituir os transportes públicos de superfície. Não desconhece a signatária com certeza, que o metropolitano começa a funcionar ás 6 horas e 30 minutos e a Carris às 4 horas.
A signatária faz questão de realçar, no que ao Bairro de Alfama diz respeito, que a extensão da linha azul do metropolitano a Santa Apolónia tinha que implicar, necessariamente, um ajustamento na rede da Carris. Perguntamos: Se é assim, também não deveria o mesmo de ser aplicado á Avenida da Liberdade? pois toda esta é servida pelo metropolitano. Se mais alguma dúvida existisse de que a Carris se quer abster de cumprir o serviço público a que está destinada, esta ficaria dissipada pela carta que nos foi enviada e pelo exemplo atrás referido, a não ser que o mesmo seja só para os bairros mais pobres e onde as pessoas necessitam mais dos serviços públicos, como é o caso do nosso Bairro.
Outra questão que o Grupo de Utentes em Defesa dos Transportes em Alfama quer realçar é o profundo desconhecimento da administração da Carris, quanto à realidade do Bairro como quanto ao serviço prestado. Senão, não diria que o metropolitano substitui os autocarros, pois enquanto a população dispõe de paragem de autocarro a cerca de cem metros do centro do bairro, a estação do metropolitano mais próxima situa-se a cerca de mil metros do mesmo local. Será que a administração da Carris não tem em conta os utentes deste bairro que são, como já o dissemos, na sua maioria idosos e com dificuldades de locomoção, e os faça percorrer essa distância para se deslocarem, por exemplo, ao Centro de Saúde e ao Hospital.
Mais uma vez, e na tentativa da defesa da implementação da Rede 7, se nota que a signatária desconhece, completamente, a realidade do Bairro e dos seus transportes, pois fala várias vezes na carreira 781. Informamos a signatária, embora não seja essa a nossa missão, que a carreira 781 tem a sua paragem na Estação de Santa Apolónia e na estação Sul/Sueste, não efectuando paragem na Av. Infante D. Henrique. Vamos dar outro exemplo, para que fique com os dados todos em seu poder, a carreira 706, que a signatária refere que teve uma melhoria no seu percurso, tem o seu início/término na estação de Santa Apolónia, portanto, bem longe do centro do nosso Bairro.
Se nos permite, aproveitamos esta oportunidade para referir que a população do Bairro de Alfama há muitos anos se viu privada de um transporte que passe ao cemitério do Alto de São João. Convém dizer que grande parte, senão a totalidade da população de Alfama tem entes queridos ou amigos no referido cemitério e que para lhes prestar homenagem ou se deslocam de viatura particular ou de táxi, o que acresce os encargos a tão carenciada população, logo, seria bom ver a Carris a dar resposta a esta preocupação dos utentes da Carris do Bairro de Alfama.
Esperamos, com esta informação/resposta, ter contribuído para um melhor entendimento, por parte da administração da Carris, das nossas revindicações, pois para isso demos algumas sugestões, para que possam cumprir a função a que estão obrigados: efectuar o Serviço Público de Transportes Terrestres na Cidade de Lisboa.
Lisboa, 06 de Fevereiro de 2008
O Grupo de Utentes em Defesa dos Transportes em Alfama.
Contactos:
Paulo Amaral
Ana Gonçalves
Manuela Gonçalves
utentescarris@gmail.com

COMISSÃO DE UTENTES DOS TRANSPORTES
PÚBLICOS DE CAMPOLIDE
Assunto: Abaixo Assinados – Rede 7
Exma. Sr.ª
Maria Adelina Rocha
Em anexo à presente Carta endereçada à Administração da Companhia dos Carris de Ferro de Lisboa S.A. pela Plataforma de Comissões de Utentes em representação do Movimento entende por bem a Comissão de Utentes de Campolide juntar as seguintes considerações específicas, por forma a reafirmar as preocupações desta população, classificadas como “inverdades” pelos vossos serviços, num claro desrespeito pelas opiniões e acções das populações que é suposto servirem:
− A Carreira 13, que servia um trajecto desde o Bairro da Serafina ao Terreiro do Paço, cobrindo um trajecto Bairro da Serafina – Estação de Campolide – Av. de Ceuta – Largo de Alcântara – Rua Prior do Crato – Largo das Necessidades – Rua Possidónio da Silva – Concelho de Ministros – Rua de Santana à Lapa – Rua de Buenos Aires – Rua de S. Domingos à Lapa – Rua da Lapa – Rua Borges Carneiro – Calçada da Estrela – Av. Dom Carlos I – Rua da Boavista – Largo do Corpo Santo – Praça do Comércio; foi reestruturada na sequência da 1.ª fase da Rede Sete passando a fazer directamente a ligação através do Largo de Santos – Subindo a Rua de São João da Mata – Rua De S. Domingos à Lapa – Rua da Lapa – Rua Borges Carneiro, retomando a partir daí o trajecto original. Esta reestruturação impediu a ligação directa ao Bairro de Campo de Ourique, que passou a ser realizado, com recurso a transbordo, pela carreira 773, com uma frequência totalmente incompreensível. Se é certo que permitiu introduzir veículos de maior porte, é também verdade que afectou grandemente as deslocações de passageiros que se viram forçados a mudar de autocarro na Rua Prior do Crato.
Com a segunda fase da reestruturação alterou o seu percurso a partir da Calçada da Estrela passando a dirigir-se à Estrela – Rua de S. Jorge – Av. Pedro Alvares Cabral – Rato – Rua das Amoreiras – Av. Dom João V – R. Silva Carvalho – Amoreiras – Av. Joaquim António de Aguiar – Pç. Do Marquês de Pombal.
Não faz qualquer sentido para esta comissão esta mudança porquanto se perdeu uma ligação directa a zonas importantes da Cidade, como Zona da Boavista, Cais do Sodré, que deixam de ficar ao dispor dos habitantes dos Bairros da Liberdade e Serafina e em grande medida Bela Flor e Bairro da Calçada dos Mestres, destinos estes compatíveis com a necessidades da população em contraposição a destinos como Estrela; Rato; Amoreiras; Marquês de Pombal, servidos respectivamente pelas Carreiras 27 (727); 58, 74; 48, 53, 23 (723) e 711, bem como a Carreira 2 que com um trajecto mais curto serve os pontos de partida e término da agora reestruturada 713, que nem as questões de eliminar transbordos neste caso justificam dado o enorme percurso efectuado por esta carreira, perfeitamente incompatível com a distancia a vencer por outros meios, mesmo com o famigerado transbordo. Além disso não passa pela cabeça de ninguém dirigir-se para o Marquês de Pombal, a partir do Rato, via Amoreiras, nem de S. Bento ao Rato via Estrela. A nova formulação é, a nosso ver, um contra-senso, e deveria ser corrigida retomando o percurso definido com a 1.ª Fase.
− Os bairros da Bela Flor, Cascalheira e da Calçada dos Mestres, encontram-se altamente deficitários de transportes públicos há anos a esta parte, com a agravante de os dois primeiros não possuírem qualquer carreira interior aos traçados dos mesmos. Sabemos que mais do que uma proposta foi apresentada à empresa pública, que V. Ex.as superiormente dirigem, porém a situação vem-se arrastando sem que se vislumbre qualquer solução. Estes casos que mereciam uma atenção urgente não foram contemplados em qualquer das fases da reestruturação da Rede Sede, o que é um bom indicativo em relação à noção de serviço público. É já altura que os Bairros da Bela Flor e Cascalheira sejam servidos por uma Carreira de autocarros, quer por alteração do percurso da actual Carreira 702, quer por criação de nova carreira.
− A carreira 2 que fazia a ligação entre os principais pólos da freguesia e o Centro da Cidade foi, na sequência desta segunda fase da reestruturação da Rede Sete, encurtada à Praça do Marquês de Pombal. A solução oferecida de transbordo para a carreira 711, além de implicar perdas de tempo (os horários são na generalidade desencontrados e muitas das vezes ao chegarem ao Marquês de Pombal, o autocarro da carreira 702 parte antes que o 711 vindo da Praça do Comércio chegue à paragem), implica um elevado incómodo para uma população envelhecida, para quem o Metropolitano não é alternativa, por implicar uma deslocação a pé entre paragens e um custo agravado de transporte. Ao contrário do anunciado a formula Sete Colinas zapping não permite uma mudança de modos de transporte ao mesmo preço, implica um carregamento diferenciado para a Carris ou Carris e Metro (este último em débito e não em viagens). Além disso, ao contrário do que é afirmado a procura, de e para a Praça do Comércio, dentro dos períodos de ponta da manhã e da tarde não são desprezáveis.
A luta das populações que se fazia pelo alargamento do percurso nocturno até aos Restauradores, viu-se defraudada, com este encurtamento até à Pç. Do Marquês de Pombal. Da mesma forma o aumento do número de carreiras nocturnas (se é que 21.00 se podem considerar nocturnas) em 10 minutos, embora positivo, não reponde aos anseios dos utentes de Campolide.
Não é de todo verdade que a Carreira 702 tenha vindo substituir a Carreira 115, porquanto esta realizava um percurso que servia uma ligação a Sete-Rios, o que não é o caso, e foi descontinuada precisamente com o argumento que emulava a Carreira 2 em boa parte do percurso.
Finalmente a Comissão de Utentes de Campolide, é ainda sensível à situação dos horários nocturnos e percurso da Carreira 58 pois esta é estruturante para a freguesia, sendo uma das carreiras mais utilizadas pela sua população. A limitação a Sete Rios a partir das 21.30 é altamente penalizante para quem se desloca com destino ao eixo Portas de Benfica – Sete Rios, obrigando a um transbordo num local que dificilmente pode ser considerado dos melhores em termos de segurança de pessoas e bens.
Por nos interessar discutir face a face com os responsáveis das alterações introduzidas, estas e outras preocupações que concernem o funcionamento da rede da Companhia de Carris de Ferro de Lisboa em Campolide, reiteramos a intenção de sermos recebidos em audiência pela Administração desta empresa e renovamos o pedido feito neste sentido, o qual até ao momento não foi atendido.
Na certeza da melhor atenção de V. Ex.as
A Comissão de Utentes dos Transportes Públicos da Carris de Campolide
Lisboa, 06 de Fevereiro de 2008
Carlos Moura
Paulo Ferreira
utentescarris@gmail.com

A COMISSÃO DE UTENTES DOS TRANSPORTES PÚBLICOS DA CARRIS DA ESTRADA DE BENFICA.
ASSUNTO:
Assunto: Abaixo Assinados – Rede 7
Exma. Sr.ª Maria Adelina Rocha
Recebemos o v/ ofício supracitado, o mesmo foi analisado e discutido no seio da Comissão de Utentes que é composta por cerca de vinte cidadãos que vivem nas Freguesias de S. Domingos de Benfica, Benfica e Damaia, e de facto ficamos estupefactos com a forma, o conteúdo e a linguagem utilizada por uma empresa tutelada pela MOPTC pelo que decidimos lavrar aqui o nosso veemente protesto. Desde a palavra: Clientes – na Carris preferimos essa designação – (sic) voltando a repeti-la mais cinco vezes no texto, pois nós preferimos a palavra utentes, porque somos utilizadores dos transportes públicos da Carris. Porém, podíamos sintetizar as seis páginas do v/ ofício na seguinte frase: está tudo perfeito, não há nada a melhorar, somos os detentores da verdade.
Agora vamos aos factos:
Sobre a carreira 746, que fica agora no Marquês de Pombal por causa da extensão da linha Azul do Metro, consideramos que esta estação é um autêntico labirinto, além de que o terminal da carreira fica bem longe das entradas do Metro, com dificuldades acrescidas para os idosos e deficientes. Mas já agora perguntamos porque existem tantas carreiras, desde o Campo Grande à Av. da República (toda), Av. Fontes Pereira de Melo à Av. da Liberdade (toda), Av. de Roma (quase toda), Av. Almirante Reis (toda) e tantos outros grandes eixos viários da cidade, onde por baixo passa o Metro? Ora, este argumento da utilização do Metro é uma falsa questão! Onde está a tão proclamada ligação à baixa da cidade, a ligação aos barcos e à C.P. em Santa Apolónia? E os muitos utentes que não podem, nem gostam de andar de Metro, e aqueles que só têm o passe e o sete colinas da Carris, são excluídos dessa preferência?
Os transbordos resultam na prática para os utentes, em perda de tempo efectivo, muitas vezes com mais custos e falta de comodidade.
Passando à vossa resposta sobre o abaixo-assinado e comunicado, temos de repor a verdade dos factos, pois os utentes da Estrada de Benfica, de Sete Rios às Portas de Benfica até à Damaia, que vêm dos interfaces: em Sete Rios, Metro, CP, Fertagos, Rede Expressos, Portas de Benfica ligação à Venda-nova e na Damaia a ligação à C.P. tudo isto no sentido ascendente e descendente. Pelo que, a supressão da carreira 63 Damaia/C. Universitária deixou de cumprir aqui um serviço de ligação directa e rápida da Damaia, todo o percurso da Estrada de Benfica até Sete Rios, à Universidade Católica, ao Hospital de Santa Maria (consultas, visitas, urgências) e a todas as Faculdades da Cidade Universitária.
Não estamos contra a carreira 64 que cumpre o seu papel por dentro dos bairros, mas demora quase o dobro do tempo do percurso que tinha a carreira 63.
Daí que exigimos a sua reposição que é manifestada expressamente pelos utentes no abaixo-assinado em 2.401 assinaturas entregues.
Também, existe um problema antigo, pelo que exigimos o prolongamento da carreira 758 (que fica em Sete Rios a partir das 21h45) até às Portas de Benfica, porque este corredor a partir dessa hora só tem um autocarro que é o 746 a fazer a totalidade deste percurso até ás 00h30.
E os utentes perguntam porque razão, o outro corredor da Estrada das Laranjeiras/Luz, que tem uma estação de Metro (Laranjeiras) tem a carreira 726 e agora a carreira 701 até às 00h20 e 00h40, respectivamente, o que achamos bem, agora o que ninguém compreende é porque a Estrada de Benfica só tem uma carreira 746 até às 00h30 de Sete Rios às Portas de Benfica até à Damaia. Se juntarmos a tudo isto, os utentes que trabalham até á meia noite e saem em Sete Rios, vindos dos vários transportes, do Metro, CP e Fertagus, e que vão a pé diariamente dezenas e dezenas de pessoas que residem entre Sete Rios e o C. C. Fonte Nova, mas daí até às Portas de Benfica passe-se quase o mesmo, aliás a carreira 758 ainda há bem poucos anos fazia o percurso até ao Calhariz de Benfica, até às 00h30.
Para quem utiliza todo o percurso da Estrada de Benfica, só a carreira 746 é manifestamente insuficiente, obrigando as pessoas a andar a pé (das 21h45 às 00h30). Se acrescentarmos a tudo isto, as urgências dos Centros de Saúde de Sete Rios e Benfica que funcionam até às 22h00, tendo depois os utentes que ir comprar os medicamentos nas farmácias de serviço nocturno que normalmente são duas das onze que existem na Estrada de Benfica, sendo três nas ruas adjacentes.
Face ao exposto, são mais que necessários dois autocarros (746 e 758) até às 00h30, a funcionar intercaladamente, no imenso corredor supracitado, ficando resolvido um problema antigo com o prolongamento da carreira 758, porque como é obvio os muitos utentes que se deslocam a pé, não são monitorizados pela CARRIS e como pagam o seu passe sentem-se lesados.
De realçar que, a procura dos transportes públicos da CARRIS é hoje muito maior por dificuldades económicas das famílias. Assim, solicitamos novamente uma audiência a V.Exa., para pessoalmente podermos explicitar as nossas razões, na defesa dos 2.401 utentes que assinaram o abaixo-assinado e mais cerca de 1.000 que neste momento já temos em nosso poder para vos entregar, porque nós conhecemos no terreno os problemas e queremos dar o nosso contributo para a sua resolução.
Com os melhores cumprimentos.
Lisboa, 06 de Fevereiro de 2008.
A Comissão de Utentes dos Transportes Públicos da Carris da Estrada de Benfica.

Contacto:
Ramiro
Nelson
utentescarris@gmail.com

COMISSÃO DE UTENTES DE TRANSPORTES
FREGUESIA DE SANTA MARIA DOS OLIVAIS
Assunto: Abaixo
Assinados – Rede 7
Exma. Sr.ª Maria Adelina Rocha
Conforme considerandos atrás enunciados sobre as consequências das medidas dessa Empresa com a aplicação da 2ª Fase da rede 7 e também da 1ª Fase na cidade de Lisboa, esta Comissão de Utentes que recolheu em menos de um mês cerca de 3.000 assinaturas (facto que, reunindo um total de cerca de 8.000 assinaturas nas Freguesias envolvidas, não pode, não deve ser ignorado pela Carris), vem aqui denunciar, sem «alarmismo», a verdadeira situação dos transportes públicos na maior Freguesia de Lisboa.
Que essa Empresa pública, cuja prioridade e obrigação deveria ser assegurar o serviço de transporte das populações em condições de eficiência e comodidade, tenta distorcer a realidade com argumentos teóricos e de ignorância da realidade de quem, diariamente, tem que utilizar os seus serviços.
Assim, no que se refere à nossa Freguesia, esclarecemos:
- A carreira 105 foi eliminada (atravessava a Freguesia na sua parte poente/sul, ligando a Quinta do Morgado à zona sul — Cidade de Luanda/Cemitério).
- A carreira 81 assegura actualmente essa ligação excepto aos fins-de-semana e Feriados.
Conclusão – na zona sul não há qualquer transporte aos fins-de-semana e feriados com ligação ao norte.
- A carreira 21 foi retirada do interior sul da Freguesia durante a 1ª.Fase, apesar dos protestos da população, prejudicada no seu acesso ao Hospital Curry Cabral, unidade de saúde de apoio à Freguesia (consultas, internamentos, tratamentos, etc.), bem como o acesso a zonas centrais como Alvalade e Saldanha.
Quando a Carris, na sua carta de resposta datada de 25.1.08, diz que não reduziu ligações para o Aeroporto e Parque das Nações, não entendemos:
1º. - Quando diz Parque das Nações deve querer dizer Gare do Oriente (placa giratória de diferentes transportes), visto que a população do Parque das Nações tem dificuldades nos acessos sul/norte.
2º. - Os argumentos aduzidos naquela resposta (Aeroporto e Parque das Nações) parecem não ter razão nem cabimento para justificar a situação de isolamento, de dificuldades nos acessos e na mobilidade da maior Freguesia da cidade.
A verdade é que os Olivais, principalmente a zona sul, se transformaram numa autêntica «ilha)), com a maior parte das carreiras a circular na periferia, obrigando os utentes a sucessivos transbordos.
A dimensão geográfica da Freguesia dos Olivais e a sua densidade populacional deveriam ter merecido, por parte da Carris, uma redobrada atenção visto que para chegar aos diversos destinos, a população é obrigada a recorrer a várias ligações, o que numa população com uma taxa de envelhecimento superior a 15%, transforma o acesso ao transporte público num verdadeiro «calvário». E os mais velhos e também as pessoas de mobilidade reduzida, merecem uma melhor qualidade de vida. Um país que não olha nem respeita os mais velhos é um país sem alma.
Concluindo: O isolamento das populações, os transbordos, o tempo gasto para chegar ao destino final, são, certamente, factores suficientes para que a Carris, prestadora de um serviço público de qualidade, possa rever a sua posição.
No que se refere ao serviço nocturno, não observamos qualquer «incremento» nesta área, conforme é afirmado na vossa carta. Por exemplo, há já largos anos que a população do Bairro da Quinta das Laranjeiras solícita à Carris o alargamento do horário da carreira 44, única carreira a servir o Bairro, para as 00.00 horas. Até agora, nada foi alterado.
Apesar de não estar incluída nesta reestruturação da Rede, não podemos deixar de referir o funcionamento da carreira circulatória 79, inabilmente apenas a servir o Centro Comercial dos Olivais (zona sul) e, posteriormente, por reivindicação dos moradores, alargada a zona norte. Esta carreira, que não funciona aos fins de semana (sábado até às 13.00 horas) e feriados e termina às 20.00 horas, poderia ser uma alternativa à falta de transporte nos bairros periféricos da Freguesia, alargando o seu percurso e horário nocturno, com pequenos ajustes e acertos, a esses bairros.
Assim, esta Comissão solícita que a carreira 79 seja alargada a toda a Freguesia, com circulação aos fins-de-semana e feriados e horário nocturno além das 20.00 horas.
Por fim, lamentamos que a Carris tenha fugido ao diálogo com as Comissões representativas
de cerca de 8.000 utentes (não «clientes»), evitando ouvir de viva voz os problemas de quem utiliza o transporte público. Por vezes, o entendimento consegue-se com pequenos ajustes técnicos que podem resolver as dificuldades e contribuir para o bem da população e da sua qualidade de vida.
Assim haja vontade e espírito de serviço público que os prestadores deveriam ter também nas suas inúmeras prioridades...
Lisboa, 06 de Fevereiro de 2008
A Comissão
de Utentes dos Olivais
Cecília Sales
utentescarris@gmail.com

Sem comentários: